SÍLVIO E JOEL CONTRA LULA

Sílvio Mendes (União Brasil) e Joel Rodrigues (PP), ambos derrotados na disputa pelo Governo do Estado e pelo Senado, respectivamente, anunciaram o apoio a reeleição ao presidente Jair Bolsonaro (PL), neste segundo turno das eleições para presidente. O apoio que era discreto antes, agora é público e declararado. 

Sílvio e Joel reuniram a imprensa para comunicar apoio a reeleição de Jair Bolsonaro (foto: Jailson Soares/ PD)

No Piauí, a eleição foi decidida em 1º turno com a vitória dos candidatos Rafael Fonteles para o Governo e Wellington Dias para o Senado, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT). Neste segundo turno, tanto Rafael como Wellington coordenam a campanha do candidato Lula (PT) que disputa a presidência da República contra Jair Bolsonaro.

Sílvio Mendes e Joel Rodrigues não declaram apoio a nenhum dos candidatos à presidência durante as suas campanhas no Piauí. E apesar de estarem ao lado do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, um dos principais apoiadores do Centrão a campanha de reeleição do presidente Bolsonaro, ambos flertaram com o eleitorado de Lula, desconversando sobre oposição e tecendo comentários elogiosos ao petista, numa atitude que, nestas eleições, ficou conhecida como "passar pano", que é quando se defede alguém que errou. 

Sílvio chegou a usar imagens de Lula em seu programa eleitoral, para apontar que teria um bom relacionamento com ele. 

APOIO A BOLSONARO

Para Sílvio Mendes este é um novo momento político e sua decisão foi tomada após ouvir os partidos aliados e o seu União Brasil. “Nós decidimos apoiar o presidente Jair Bolsonaro, por várias razões. Acho que quem foi determinante no Piauí foi a figura do Lula, com quem eu sempre falei e disse o que eu pensava dele. Mas, como eu nunca fui omisso e sempre tive uma posição desde criança, tenho essa decisão a comunicar para os piauienses, que é uma decisão pessoal e dos partidos. Naturalmente, quero pedir a cada piauiense que quiser um Brasil com outra opção, olhando pro futuro, comparando, é importante comparar com o passado quem fez. Comparem, eleição é escolha e é decisão pessoal. Então reafirmo, nossa posição, por convicção, pesando pós e contra nós decidimos apoiar Jair Bolsonaro”, afirmou Sílvio Mendes.

PORQUE NÃO APOIO BOLSONARO NO 1º TURNO ?

Sílvio disse que estava voltado para eleição no Piauí, estadual.  “Eu era candidato a governador do Piauí, fizemos comparações. A oposição se organizou de uma forma que ninguém imaginava, lutamos contra um governo que nós, por convicção, achamos ruim. A questão nacional deixamos para um outro momento. Poderia ter sido decidida essa questão em primeiro turno, mas o meu propósito naquele momento, em que decidi voltar a política, era mudar os indicadores sociais aqui no Piauí. Nós tínhamos uma opção diferente, mas a maioria decidiu continuar com o atual governo”, ressaltou Sílvio.

Para Sílvio Mendes o apoio somente neste segundo turno não se contradiz com a decisão de não apoiar ninguém quando foi candidato ao governo. “Eu não estou sendo contraditório, tive uma posição. Fui candidato e me dei o direito de fazer assim (não apoiar ninguém). Não tenho nenhum arrependimento, nenhum reparo, nada a reclamar e nem mudar", destacou.

No primeiro turno, Bolsonaro chegou a anunciar apoio a Sílvio em live (foto: reprodução)

BOLSONARO ATRAPALHARIA SUA ELEIÇÃO OU TEMIA PERDER A ELEIÇÃO ?

“Não sei se atrapalharia, essas coisas tem que ter sentimento. Repito, me propus a mudar o Piauí e não fui compreendido. Já sobre temer, Deus não me deu este tipo de medo, meu propósito foi mudar o Piauí, mas a maioria decidiu manter o Governo que tem indicadores que vocês conhecem. Só um exemplo de um indicador, o IBGE declarou que o Piauí tem o maior número proporcional de famílias, um milhão, passando fome”, criticou Mendes.

SOBRE AS FALAS E AÇÕES POLÊMICA DE BOLSONARO?

O ex-prefeito de Teresina destacou que não cabe a ele analisar essas questões. “Tenho meu posicionamento político, não vou discutir isso, não me cabe analisar. O que me cabe é comparar os dois candidatos. Cada um fez coisa boa, cada um cometeu equívocos, mas comparando os dois preferimos apoiar Bolsonaro”, enfatizou.  

Sílvio disse que no primeiro turno a sua atenção era voltada pra o Governo do Piauí (foto: Jailson Soares/ PD)

PRETENSÕES DE CARGOS POLÍTICOS NUM GOVERNO BOLSONARO?

O candidato que perdeu as eleições no Piauí disse que não tem interesse em nenhum cargo, também não teve peso algum o resultado das pesquisas eleitorais. “As pesquisas erraram tanto. A minha vida está resolvida, nem eu e nem minha família precisamos de qualquer cargo. Estou na paz absoluta. Feliz com as decisões que tomei e recebi. Deus e as pessoas foram generosas comigo. Repito, meu propósito em voltar à política era mudar os indicadores do Piauí. Tínhamos uma opção diferente, mas a maioria decidiu continuar no governo. Agora estamos dando apoio à Bolsonaro, perdendo ou ganhando”, declarou Sílvio Mendes.

JOEL ACOMPANHOU DECISÃO DE SÍLVIO MENDES E SEU GRUPO

Em sua fala agradeceu a todos que tiveram ao seu lado na campanha e, também, destacou que o uso da imagem de Lula pelo seu oponente, Wellington Dias, foi determinante pra sua derrota. “Todos sabem o que aconteceu nesta eleição, quem foi o principal cabo eleitoral (o Lula). Agora eu não tenho mandato, mas tenho uma responsabilidade por ter sido votado por quase 900 mil piauienses. Naturalmente, precisamos buscar os meios de alguma forma ajudar os piauienses e gestores municipais que precisam de apoio federal. Hoje, não há expectativas de que uma vez eleito o Lula de ter portas abertas para buscar recursos. Daí a nossa decisão de estarmos ao lado de Sílvio, Lula, a senadora Iracema e do nosso líder Ciro Nogueira, ao declara apoio à reeleição do presidente Bolsonaro”, afirmou Joel Rodrigues.

Joel disse que se eleito Lula fecharia as portas para os prefeitos aliados políticos da oposição no Piauí (foto: Jailson Soares/ PD)

Ao fim da coletiva, tanto Joel como Sílvio destacaram que ainda não sabem como será a campanha de Bolsonaro neste segundo turno no Piauí, porém, afirmaram que serão atuantes nesta disputa presidencial.

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