O teresinense amanheceu mais um dia sem o transporte coletivo público na cidade devido à greve do sistema que entra no seu segundo dia nesta terça-feira (14). O Sindicato dos Trabalhadores Em Empresas de Transportes Rodoviários No Estado do Piauí (Sintetro), que representa a classe dos trabalhadores do setor (motoristas/cobradores e outros), reclama da falta de aumento salarial e ainda atrasos nos pagamentos. A Prefeitura Municipal de Teresina (PMT), sob a gestão do prefeito Doutor Pessoa (Republicanos), está há dois anos tentando resolver o problema do sistema que não tem seu funcionamento pleno desde o período da Pandemia, mas o prefeito prometeu que irá resolver todo o impasse nos próximos 30 dias.  

Em entrevista ao Política Dinâmica, o prefeito de Teresina declarou disse que quer 30 dias para resolver toda situação. “O que falta é Deus tá protegendo e o prefeito tá aqui na sua frente. Começamos com 18 pessoas pra ver se resolvia, junto com os empresários, não deu certo. Diminuíamos pra 10, não deu certo, isso conectados os assessores do prefeito com o poder empresarial, o SETUT, eu reduzir pra três pessoas e não deu certo. Agora, é o prefeito Doutor Pessoa que tá tratando diretamente, quero deixar claro, que antes de um mês estará resolvido”, garantiu Doutor Pessoa.  

Já sobre o movimento grevista, o gestor se resumiu a falar que esse é um direito constitucional dos trabalhadores.  “Estou olhando para um ser superior e tratando das minhas ações, etc. Quem quiser grevar é um direito constitucional, agora, só que o prefeito tá trabalhando de manhã, de tarde e de noite pelo bem de Teresina”, destacou o Prefeito.  

Enquanto a solução não chega, a Superintendência Municipal de Trânsito (Strans) da PMT, informou nesta terça que vai acionar o Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT) para que o Sintetro coloque 70% da frota circulando durante os horários de pico e 30% no período restante. Por lei, mesmo com a greve, é determinado que pelo menos 30% da frota continue circulando. 

Já o Sintetro explica que não está impedindo os ônibus saírem da garagem e que essa é uma decisão do próprio trabalhador. “Tem trabalhadores que estão sem receber há mais de 40 dias, além disso, queremos o reajuste salarial, porque o salário é mesmo desde 2019. Na convenção coletiva assinada pelos trabalhadores, com o reajuste o salário para motoristas iria de R$ 2.830 com jornada de 7h20, ticket alimentação de R$ 600 e plano de saúde”, destaca Antônio Cardoso, presidente do Sindicato.   

Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbanos e Passageiros de Teresina (Setut) ressalta que concedeu aumento para categoria superior a inflação e tem mantido diálogo com a categoria para tentar solucionar toda situação. 

NOTA DO SETUT 

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que na tarde desta sexta-feira (10), a entidade esteve reunida, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), juntamente com a Procuradoria Regional do Trabalho, Prefeitura de Teresina e os dois sindicatos, patronal e laboral, onde foram amplamente discutidas todas as questões que envolvem uma negociação salarial a respeito do transporte urbano, serviço público essencial para toda a sociedade. 

 Ao final, o sindicato patronal, sensibilizado, após os apelos do Desembargador Manoel Edilson, Procurador Chefe do Trabalho Dr Edno, bem como dos representantes da prefeitura, ofertou para seus colaboradores, num esforço sobre-humano, um reajuste de 6% nos salários (a inflação está em 5,7% ), 20% no auxílio alimentação e 33% no auxílio saúde. Para surpresa de todos e indignação dos representantes do setut, os sindicalistas, representantes do sindicato dos motoristas, não aceitaram a proposta e afirmaram, categoricamente, que iriam manter a greve, com indicativo de iniciar na segunda-feira, em desrespeito total à população teresinense. 

O Setut reitera seu total compromisso com a população da capital, buscando diálogo permanente tanto com o sindicato laboral, quanto com a Prefeitura, para manter o bom funcionamento do sistema de transporte da capital.