Numa semana em que o PSDB dividiu seu apoio entre o deputado Fábio Novo, do PT, e o ex-prefeito Sílvio Mendes, do União Brasil, ficou evidente que o lançamento da pré-candidatura de João Vicente Claudino à Prefeitura de Teresina é apenas uma estratégia a ser usada na disputa pelo controle do partido.
A candidatura própria ganha manchetes, mas não se esconde no meio político que o histórico de expectativas não confirmadas de candidaturas de JVC torna menos crível a possibilidade de que seja ele mesmo a encabeçar uma chapa majoritária.
A fração municipal do partido que não seguiu o diretório estadual do PSDB, aliás, já confirmava a jornalistas a intenção de compor com Sílvio Mendes a chapa indicando o candidato a vice. De Sílvio, por outro lado, o convite ainda não foi feito. Pelo menos não oficialmente.
A divisão interna não parece ter jeito, mas a postura oficial do partido deve ser decidida em Brasília, onde os interesses nacional dos tucanos – e da federação da qual o PSDB faz parte – serão pesados numa balança em que a influência dos aliados do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão em disputa. E nós bastidores nacionais, é o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, quem tem a força para “bolsonarizar” o PSDB do Piauí.
E esta disputa volta a ligar Sílvio a Bolsonaro, o que do ponto de vista estratégico da campanha, é uma imagem que pode limitar as movimentações do ex-prefeito, como aconteceu na disputa pelo governo do Estado em 2022.
Resta, para além da pré-candidatura a prefeito, saber se o PSDB sob influência do senador Ciro Nogueira – ou no menos provável caminho oficial à esquerda – vai conseguir viabilizar uma chapa proporcional de vereadores agora em 2024.
Puxando lideranças tucanas em 2022, o PP elegeu 7 deputados estaduais e 2 federais naquelas eleições. O PSDB do Piauí, seguindo a estratégia de Sílvio e Ciro, nem teve candidatos.
O tucanos por aqui estão em sério risco de extinção.
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