Incluir deficientes visuais de uma maneira especial na Educação. Na última segunda-feira (29), o deputado Henrique Pires (MDB) apresentou, na sessão plenária da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) um Indicativo de Projeto de Lei que cria o Programa “Óculos Falantes”. A tecnologia para que isso aconteça não é lá uma novidade, existe no mercado desde pelo menos 2018, mas o momento que o Piauí vive é outro.
A proposta, que visa oferecer aos deficientes visuais mais acesso à educação, depende de aprovação na Alepi e regulamentação do Executivo para nova apreciação pelos deputados. Mas como a gestão do governador Rafael Fonteles (PT) aponta para investimentos em tecnologia, a proposta do deputado Henrique Pires é difícil de contrariar.
TECNOLOGIA INOVADORA
Podendo ser conectada a qualquer armação de óculos, uma invenção chamada OrCam MyEye, criada em Israel, é capaz de transformar textos de qualquer natureza (livros, cardápios e até bulas de remédio) em áudio. E sem necessariamente estar conectado à internet.
Imaginem o quanto isso pode ser transformador para crianças piauienses com deficiência visual! Aliás, um estado como o Piauí que ainda tem mais de 500 mil habitantes analfabetos, uma criança com esse tipo de limitação filha de pais analfabetos tende a ser condenada ao escuro do conhecimento.
COMO FUNCIONA?
Em todo o Brasil, mais de 800 municípios já tiveram contato com o equipamento para testá-lo em suas redes públicas de ensino. É um pequeno dispositivo um pequeno dispositivo que se conecta à armação de um par de óculos utilizado pelo deficiente visual. O aparelho possui um sensor óptico que captura a imagem e a converte, instantaneamente, em áudio por meio de um alto-falante que fica acima do ouvido.
Os estudantes que tiverem interesse em ter acesso aos “óculos falantes” poderão se inscrever no programa caso ele se transforme em lei.
Como esse tipo de programa implica necessariamente em custo de aquisição e manutenção dos equipamentos, é preciso que o Governo do Estado perceba a iniciativa como algo necessário e, claro, separe recursos necessários para sua implantação.
Cada peça custa no mercado privado, em média, R$ 15 mil reais, o que pode até parecer muito, mas na verdade até parece barato quando você pensa que um deputado suplente custa, só de salário, o dobro disso por mês e essa inclusão, para os beneficiados, não tem preço.
Atualmente o Piauí tem algo em torno de 120 mil deficientes visuais e, segundo o IBGE, pelo menos 18,5% deles são crianças em idade escolar.
É gente suficiente para se fazer a pressão adequada no Governo do Estado.
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