Entre escolher o melhor nome para presidir a Ordem dos Advogados do Brasil no Piauí e ser obrigado a escolher o “menos pior”, a diferença é abissal. Os jovens advogados talvez nunca saibam quem seria um bom nome... ou o melhor nome.
Serão, mais uma vez, obrigados a decidir dentre dois ou três que eles acham que conhecem. E entre achar que conhece e de fato conhecer, ah, aí tem muita diferença também. O tal jovem advogado, aliás, nem se conhece.
Numa lista de bons nomes para presidir a OAB-PI estaria, certamente, a advogada Olívia Brandão Melo Campelo, atual presidente da Comissão de Processo Civil, no Piauí, e vice-presidente da Comissão de Acesso à Justiça do Conselho Federal da OAB. E o forte do argumento, na verdade, nem são esses cargos.
Olívia Brandão é professora doutora da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Piauí e, também, da Escola Superior da Magistratura do Estado do Piauí. Precisamos, como sociedade, de fato, buscar a justiça nestes tempos de crise moral. Li parte de um dos trabalhos de Olívia, em que ela afirma que é impossível desligar a ideia de crise moral da ideia de crise jurídica. E que não se pode falar em sociedade justa, sem fundamentar essa sociedade em alicerces morais.
Em 2021, o placar das eleições na OAB-PI foi o seguinte: Celso Barros teve 3.029 (boa parte em urnas de lona), Raimundo Junior obteve 2.970 e Carlos Henrique chegou aos 1.847 votos. E, claro, esta é uma eleição geral, que acontece em todo o Brasil e mobiliza a classe de advogados como um todo.
Em 2022, Olívia Brandão teve 1.725 votos de advogados na disputa pela indicação do Quinto Constitucional para o Tribunal Regional do Trabalho, que, em tese, não é uma eleição que mobiliza a classe como um todo. Mesma ordem de grandeza da votação de Sigifroi Moreno, ex-presidente da OAB-PI. Resta, então, demonstrada sua viabilidade eleitoral e o diálogo com a jovem advocacia.
Se Olívia acredita nas palavras que ela mesma escreveu para defender seu doutorado, se lançaria ainda hoje pré-candidata à presidência da OAB-PI. E não renunciaria à candidatura adiante. Por dever moral, até, pois algumas missões na vida não somos nós que escolhemos. São elas que nos escolhem.
Para Olívia, não haveria miniaturização maior que ser vice-presidente ou figurar de qualquer outra maneira numa chapa encabeçada pela terceira vez por Celso Barros ou algum fantoche que venha a ser tirado do bolso por ele.
Olivia deve aos jovens advogados a oferta de candidatos melhores do que aqueles que já se movimentam nos bastidores, sob seu conhecimento. Já pensou dar espaço a um criminoso que encobre crimes de outras pessoas? Atestar a boa vontade de alguém que teve coragem de intimidar uma mãe para, de tabela, calar um jornalista? A aréola não cabe na cabeça de quem não respeita família, ou será que cabe? E deve-se fechar os olhos para a nociva influência de alguns escritórios nos bastidores do Judiciário?
O jovem advogado vai decidir estas eleições. Juntos, estes novatos da classe são os 40% que ainda não entendeu os interesses por trás das candidaturas, acreditando, às vezes, que dar um “tapa” no visual é mudar pra melhor.
Ah! Não é...
Olívia poderia ser uma boa opção. Mas provavelmente seu nome não estará disponível. Espero que contrarie essa descrença. Que apareça outro bom nome, então. Hoje só lembrei do dela. Vamos pesquisar um pouco mais.
Não havendo uma alternativa de candidatura, então, vamos ajudar o jovem advogado a conhecer seus candidatos e entender o quanto eles não sabem sobre eles, seus apoiadores e interesses.
E, aí, que escolham o menos pior.
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