Ele não tá pra brincadeira.
No último domingo (5), o senador Marcelo Castro, presidente estadual do MDB, anunciou que ele e seus filhos estavam trocando domicílio eleitoral de Teresina para São Raimundo Nonato. A notícia que não foi lá muito boa para o deputado estadual Fábio Novo, pré-candidato do PT a prefeito da capital, foi ainda pior – muito pior! – para os petistas de SRN.
A história de guerras e conquistas pelo mundo está cheia de exemplos de exércitos derrotados não pelos adversários, mas por dúvida na vitória.
Outras poucas, inspiradoras, contam que antes de fazer o que parecia impossível, líderes e generais mandaram queimar seus próprios navios e pontes para que seus soldados não visualizassem outro resultado que não fosse a vitória. Nada de fugir do combate. Era ganhar ou, do contrário, não teriam como retornar para casa e seriam mortos pelos inimigos.
Sem volta
Pois bem, o senador Marcelo Castro queimou seus navios. A eleição de Rogério Castro (MDB) será uma vitória coletiva ou, do contrário, a derrota será pecha exclusiva de Marcelo. A mudança de título para São Raimundo mostra que o senador não trabalha com nenhuma alternativa que não seja vencer. O que soou como "abandono" da campanha de Fábio em Teresina, em São Raimundo foi encarado como foco total na campanha de Rogério Castro.
Em São Raimundo, os adversários fazem parte da turma da atual prefeita Carmelita Castro e do deputado estadual Hélio Isaías, ex-filiados ao Progressistas de Ciro Nogueira, com estreita ligação com o bolsonarismo, mas, hoje, petistas por conveniência.
E pode piorar
O confronto direto dos candidatos já é desproporcional da perspectiva popular: Rogério Castro é um cidadão que manteve, até aqui, sua vida alinhada com a cidade, enquanto o candidato de Carmelita, Isaías Neto, sobrinho da prefeita, é um ilustre forasteiro travestido de figura local.
Tarefa difícil para essa turma da prefeita vai ser não chegar ao final da campanha tão queimada quanto os navios.
Até porque depois de Marcelo Castro, um outro pessoal parece que vai aportar em São Raimundo, mas não vai queimar navios. Vai usá-los pra voltar a Teresina com prisioneiros.
Mas esta é outra história, que envolve um certo caderno com o controle financeiro de esquemas geridos por um escritório de contabilidade e outro de advocacia, recolhido como prova numa recente operação policial.
Não vamos misturar as coisas...
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