LEVANTADO SIGILO DO INQUÉRITO

ATENÇÃO!

Sem o sigilo, todo o material produzido nas investigações agora é público, inclusive imagens fortes do corpo e detalhes técnicos que descrevem as circunstância da morte.

Em respeito à família e à sociedade como um todo, recomenda-se que essas imagens e esses detalhes não sejam publicados por veículos de comunicação ou qualquer pessoa com acesso aos documentos.

Recomenda-se, ainda, que se evite distribuir ou compartilhar em redes sociais essas informações, que por sua vez podem servir como um infeliz estimulo a pessoas que passam pelo mesmo problema de depressão que vitimou o ex-prefeito Firmino Filho.


Essa é a postura do Política Dinâmica.


O caso está oficialmente arquivado. O inquérito está disponível no final da matéria. 

Sem separação. Sem traição. Sem história de detetive e sem conversa de mandar matar. Em mais de 500 páginas estão depoimentos, perícias e provas que comprovam que Firmino Filho (PSDB), ex-prefeito de Teresina, decidiu dar fim a sua própria vida mergulhado num quadro grave de depressão. Semanas antes de sua morte, ainda no mês de março, Firmino confessou a uma colega de trabalho do Tribunal de Contas da União que estava com depressão acentuada desde dezembro de 2020 e que os remédios que estava tomando afetavam sua memória. Pedoi para que ela não contasse isso a ninguém.

Firmino omitiu da família e dos amigos a gravidade do quadro de depressão no qual ele se encontrava, mas revelou isso a uma colega de trabalho no TCU (foto: Jailson Soares | Politica Dinâmica)

Ana Lucia Epaminondas é funcionária do TCU lotada em Brasília. Conhecia Firmino havia pouco tempo, após o retorno do ex-prefeito às atividades de auditor no Tribunal. Foi apresentada a ele em meados de janeiro de 2021, numa reunião virtual. Era sua chefe numa secretaria interna do TCU e nunca o encontrou pessoalmente. A relação era tão profissional que ela levou semanas para descobrir que ele havia sido prefeito por 4 vezes de Teresina. Sabia apenas que ele havia sido "gestor", nada muito específico.

Foi para essa pessoa que Firmino reconheceu o momento delicado pelo qual estava passando. Ela ouviu de Firmino o que a família e amigos não sabiam ou não perceberam a gravidade até que ele tivesse morrido. Talvez porque não seria julgado, por que não precisasse provar nada a Ana ou protegê-la de ataques pessoais. Firmino morreu no dia 6 de abril de 2021, uma terça-feira. Na sexta-feira anterir, dia 2, disse a Ana: "Eu tô mal, eu tô mal" e revelou que pensava em tirar uma licença médica. Na véspera da morte, quando Ana perguntou a ele se estava tudo bem sobre uma apresentação que seria feita na quarta-feira (7), ele disse apenas "Ok!".

FIRMINO NÃO USAVA ALIANÇA

Imediatamente após a morte de Firmino, passaram a ser espalhadas histórias sobre a vida pessoal de Firmino Filho e sua família. Que, por exemplo, ele e a deputada Lucy Soares estariam separados. Boatos com riqueza de detalhes dignos de novela. Firmino não usava aliança na hora de sua morte, isso pode ter dado margem à imaginação de quem espalhou as primeiras mentiras com propósito e reforçou quem passou pra frente sendo enganado.

De fato, Firmino não usava aliança na hora da morte. Nem cordão. E ainda que gostasse de usar um modelo Garmin com monitor cardiáco e registro de atividades físicas, relógio também não foi encontrado em seu braço. Motivo: a constante e crescente preocupação dele com a possibilidade de contágio por covid-19. A aliança, segundo familiares, nem ele nem Lucy usavam para facilitar a higienização das mãos, muito mais por receio dele do que dela.

Depoimentos que constam no inquérito mostram que a figura alegre e proativa de tempos atrás já não era reconhecida por amigos e familiares e que deu lugar a um Firmino ancioso e cansado (foto: Marcos Melo | Política Dinâmica)

Para quem duvidar, o inquérito aponta que Firmino caiu usando máscara e antes da queda, quando chegou ao prédio onde funciona o TCU, apertou o botão do elevador com o cotovelo.

Nada do que foi investigado aponta separação. Nenhum testemunho ou idício aponta para casos extraconjugais de Firmino ou Lucy.

SIGILO

O pedido para que as investigações ocorressem sob segredo de Justiça partiu da Políci Civil, no dia 12 de abril de 2021.

A justificativa era de que havia a necessidade de resguardar a intimidade de Firmino e de seus familiares, devendo o acesso aos autos ser permitido apenas à própria Polícia Civil, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. Porém, exatamente o sigilo da investigação favoreceu a disseminação de mentiras sobre o caso.

Tanto é que o evantamento do sigilo foi um pedido da família, que continua sofrendo ataques como os que sofria em períodos de campanha mesmo após a morte de Firmino.

Ataques: após morte de Firmino, segundo familiares e amigos, Lucy e sua família têm sido vítimas de boatos e mentiras sobre a vida particular do casal; motivação das fake news seria político-eleitoral (foto: Jailson Soares | Política Dinâmica)

O Ministério Público já havia se manifestado pelo arquivamento do inquérito desde 19 de maio de 2021.

O juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, decidiu acompanhar o MPPI e levantar o sigilo no último dia 28 de junho de 2021.

Caso encerrado.

Mas as repercussões estão apenas começando.

VEJA AQUI O INQUERITO

Obs.: Foram retiradas do documento original todas as fotos do corpo, laudos periciais que descrevem detalhadamente o ato da morte e as cópias das cédulas de identificação dos depoentes.

Comente aqui