O esquema de Fábio Novo para tomar de assalto a indicação do PT para a disputa pela Prefeitura de Teresina em 2024 já está encontrando obstáculos. O Partido dos Trabalhadores nunca teve uma chance melhor de ocupar o Palácio da Cidade, mas não conseguirá desunido. Se por um lado a pré-campanha de Fábio Novo só cresce dentro do governo de Rafael Fonteles, o grupo de Franzé Silva mantém a movimentação. Os partidos e pré-candidatos que anunciaram apoio a Franzé somaram em 2020 mais de 115 mil votos. Esse número, por si só, já dá ideia de que não tem ninguém fora do jogo.
E outros líderes políticos sabem disso.
Qualquer um ainda pode ser candidato
Após o golpe de Fábio que forçou uma intervenção estadual no Diretório Municipal, esse grupo de partidos chegou a pedir a Franzé que se filiasse a outro partido para manter sua pré-campanha. Franzé decidiu manter sua campanha no PT, pelo menos até uma definição incontestável do partido. Ele está lá desde bem antes Fábio, conhece o partido e avalia que enquanto não há uma definição nacional sobre o nome do partido para a disputa de prefeito em Teresina, qualquer filiado continua com chances: ele, Fábio Novo ou outro nome.
Na última sexta, Franzé esteve com o presidente da Câmara Municipal, Enzo Samuel (PDT), que tem experimentado o friozinho de lâmina afiada tocar o seu dorso numa antecipação de sua ropria sucessão na CMT. Hoje, segunda-feira (4), sua pré-camanha se reúne com lideranças empresariais e políticas que podem dar ainda mais envergadura ao seu nome, como alternativa viável à ocupação das maisores máquinas estatais do Piauí pelo mesmo grupo político.
O controle das campanhas
Há outra avaliação que mantém de pé a pré-campanha de Franzé. Ele tem controle da própria pré-campanha. Sem consenso no PT, sua campanha continua sem nenhum compromisso ser afetado.
Do outro lado, Novo ficou refém da estrutura do governo estadual que lhe deu apoio até aqui. E por isso mesmo ele, que forçou tanto o critério de pesquisas que ele mesmo bancou, vai ter que superar a imagem do secretário de Segurança, Chico Lucas.
Talvez Fábio nem tenha percebido, mas ao invés de Chico Lucas ter promovido a imagem do deputado em nichos específicos de eleitorado que ele não alcança e nos quais o secretário tem grande influência, o que tem acontecido é exatamente o contrário: Novo tem feito campanha pra Chico, aproximando o “Rafaboy” do eleitorado LGBTQIA+, um nicho de eleitores militantes que, em tese, seriam um ativo político mais exclusivo de Fábio, por exemplo.
Refém do governo
Logo, Fábio não poderia reclamar, mais adiante, se alguma pesquisa apontasse que o nome de Chico Lucas é melhor que o seu para a disputa.
E para ilustrar essa avaliação, em pesquisa realizada no mês de abril de 2023 pelo IPPI Pesquisa e Consultoria, Chico Lucas, por exemplo, já pontuava espontaneamente com 22,8% das intenções de voto.
Na mesma pesquisa, aliás, Fábio e Franzé estão matematicamente empatados e tanto um quanto o outro derrotariam, com o apoio de Rafael Fonteles e Lula, o ex-prefeito Sílvio Mendes num confronto direto.
De lá até aqui, mesmo com todo o esforço de governo, Fábio não chegou perto dos 22,8% que Chico tinha em abril. Na pesquisa do Instituto Consulte, divulgada pelo próprio Fábio Novo em 24 de agosto de 2023, ele alcançou não mais do que 10,7% das intenções espontâneas de voto.
Pesquisa já não parece mais um bom critério pra Fábio.
Porque elas mostram que o PT talvez tenha gente melhor e mais bem posicionada que ele para disputar a Prefeitura.
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