Prima da conselheira Rejane Dias, do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI), a polêmica Pauliana Ribeiro Amorim é hoje diretora na Secretaria da Irrigação e Infraestrutura Hídrica (SEFIR), com salário bruto de R$ 8.800,00.

Na última semana, o juiz Agliberto Gomes Machado, titular da 3ª Vara Federal do Piauí, decidiu que a prima de Rejane Dias deve ser alvo da ação penal em decorrência dos crimes investigados pela Operação Topique. Pauliana havia pedido para ser absolvida das acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Mas a Justiça Federal entendeu que ela tem que dar mais explicações sobre sua evolução patrimonial. E mais: justificar, por exemplo, o fato de morar numa casa pertencente ao empresário Luiz Carlos Magno, acusado de ser o chefe da organização criminosa.

Para a Polícia Federal e para o Ministério Público Federal, a casa, na verdade, era de Pauliana, propina recebida para facilitar o esquema criminoso que teria desviado algo em torno de R$ 200 milhões de reais do transporte escolar das crianças do Piauí dentro da Secretaria de Educação, entre os anos de 2015 e 2018, à época sob o comando de Rejane Dias, esposa do hoje ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, do PT.

Eclética

Uma agência poderia fazer publicidade das qualidades da prima de Rejane. A principal, sem dúvida, ser eclética. Polêmicas estaduais ou federais não afetam a desenvoltura institucional de Pauliana Amorim. Nem a capacidade de se “reinventar”. Já foi dos quadros da Educação com Rejane, da Infraestrutura com a deputada estadual Jannaína Marques e, agora, entrega kits de irrigação sob gestão do deputado estadual Firmino Paulo, do PT.

Aliás, informações dos bastidores dão conta de que existe recomendação às equipes de redes sociais e de assessoria de imprensa do ministro Wellington Dias (do Desenvolvimento Social) e da conselheira Rejane Dias para que não sejam feitos registros em fotos ou vídeos deles dois com Pauliana Amorim.

Mas não é como se fossem inimigos. Pauliana, por exemplo, há muito tempo anda pra cima e pra baixo com a senhora Ivone Ribeiro, a “Tia Ivone”, que não por coincidência, é a mãe da ex-secretária de Educação, ex-deputada federal e atual conselheira do TCE-PI, Rejane Dias.

Isso é doença?

O deputado estadual Firmino Paulo, do PT, é quem comanda a pasta da Irrigação, onde Pauliana é lotada. São João do Piauí, terra de Pauliana e Rejane é, também, terra da família de Firmino Paulo, por parte de pai.

Lá, Firmino Paulo foi o segundo mais votado nas eleições de 2022, perdendo apenas para ex-prefeito da cidade, o também petista Gil Carlos. Mas Firmino não teve seus 1.552 votos sozinho. Teve ajuda de Pauliana Amorim e Tia Ivone na campanha.

E a cegueira? 

Bem, não é uma doença. Pelo menos não física.

O diagnóstico do deputado, não precisa ser médico para atestar. 

Firmino Paulo é formado em Direito, foi servidor público entre os anos de 2004 e 2008 o Tribunal de Contas do Estado, o mesmo TCE onde Rejane Dias hoje é conselheira e onde seu pai, Sabino Paulo, também foi conselheiro. Antes de virar deputado, passou no concurso da Polícia Civil do Estado de Pernambuco, onde atuava como delegado na Delegacia Especializada de Crimes Contra a Ordem Tributária. Já basta para saber a gravidade das acusações contra Pauliana. 

A cegueira de Firmino Paulo é dolosa, quando há a intenção de não enxergar. O pior tipo que tem, segundo o dito popular.

Rogamos a Deus por sua pronta recuperação.