“Grife” na política de Teresina, o PSDB não está no seu melhor momento. E apesar de parecer estranho, o partido deve ser não mais do que coadjuvante nas eleições municipais da capital no próximo ano. A crise chega ao ponto de não haver, até aqui, condições da sigla lançar candidatura própria. Mais: seus integrantes se dividem entre os que querem uma aliança com o PT de do governador Rafael Fonteles, com o Progressistas do ex-ministro e senador Ciro Nogueira e, sim: apoiar, inclusive, a reeleição do atual prefeito Doutor Pessoa.
O QUE É QUE OS TUCANOS TÊM?
Grupo, no sentido amplo da palavra, o PSDB não tem. Com o desastre de campanha que foi a de Kleber Montezuma em 2020, com a morte do ex-prefeito Firmino Filho em 2021, com a saída de Sílvio Mendes 2022, nenhum líder sobrou para reunir militância.
O descolamento da estrutura da máquina municipal também não fez bem ao partido. Lideranças órfãs de cargos e contra-cheques tiveram que procurar abrigo sob o comando de outras pessoas, adversários dos tucanos, em sua grande maioria.
O carisma também não é qualidade que faz se destacar fora da curva média qualquer dos nomes que ainda resta por lá.
Por fim, um relativo “recall” foi o que sobrou.
Relativo porque, em tese, o número 45 – maior ativo dos tucanos – não vai estar em chapa majoritária. O legado e a imagem de Firmino Filho é espólio em disputa por grupos que não se gostam – alguns nem estão mais no partido – e quando se fala em Sílvio Mendes, bem, estamos falando de alguém que é lembrado, mas não empolga.
O que o inviabilizou para o Governo do Estado, o inviabiliza, também, para prefeito de Teresina, com agravantes. As três últimas eleições disputadas por ele, aliás, resultaram em derrota. Dá até pra pedir música no Fantástico.
QUE RUMOS ESTÃO DISPONÍVEIS?
Neste exato momento político, então, no mês de março de 2023, quando falta um ano para que se decida filiações e desfiliações visando as eleições de 2024, sim, o PSDB não tem a menor ideia do que será de si.
O presidente regional do partido, Luciano Nunes, juntamente com Fernando Said, ex-secretário de Governo de Firmino, tendem a aglutinar com o PT de Rafael Fonteles, seguindo um caminho que já foi trilhado nas eleições passadas por um ex-tucano, Washington Bonfim, hoje secretário de Planejamento de Rafael Fonteles.
Sílvio Mendes, que saiu do PSDB, foi pro Progressistas, voltou pro PSDB e saiu pro União Brasil, contam os mais próximos dele, já tem planos para deixar o comando estadual do UB e voltar ao ninho tucano. Tem se estranhado com Luciano Nunes exatamente porque o único caminho que ele não quer seguir é o de se abraçar com o partido que o derrotou.
O caminho mais óbvio seria unir-se ao grupo de Ciro Nogueira, onde só existe uma possível candidata: a deputada estadual Bárbara Soares, filha de Firmino Filho e da ex-deputada Lucy Soares. Como essa candidatura também depende de estrutura, a mesma que o senado Ciro alegou estar em falta na última semana em reunião com aliados, muitos tucanos já ensaiam um discurso para se abrigar debaixo do guarda-chuva do Doutor Pessoa.
“Contra o PT, vale tudo!”, já se convenceram muitos dos últimos tucanos.
Olha lá, que o “véi” tá no jogo.
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