Usando o famoso jargão do programa Fantástico, da Rede Globo, o deputado estadual Gustavo Neiva (PSB) cobrou explicações do governo do Estado sobre o dinheiro do empréstimo de R$ 600 milhões que seria destinado a realização de obras no Piauí. Durante reunião na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia, os deputados da oposição acusaram a administração estadual de não prestar contas dos recursos e disseram que algumas obras não foram sequer iniciadas.
De acordo com ele, dos R$ 307 milhões da primeira parcela que estavam na conta do convênio com a Caixa Econômica Federal, restam apenas R$ 3 milhões e mesmo assim algumas obras não foram feitas. O parlamentar levou a relação das obras que receberam dinheiro do empréstimo e exigiu que o governo preste contas do dinheiro que foi sacado.
Ele citou obras como a construção de uma ponte sobre o rio Gurguéia no município de Colônia do Gurguéia, o entroncamento da PI-412 com a BR-135 na Chapada das Mangabeiras, um elevado na cidade de Picos, a pavimentação de ruas em Paulistana e diversas outras obras para as quais o dinheiro foi retirado da conta e não houve execução dos serviços até agora. A relação conta com mais de 60 obras beneficiadas com o empréstimo.
"Podemos notar perfeitamente que várias obras que estão elencadas para serem usadas nesses R$ 307 milhões sequer foram começadas. Então a nossa preocupação é saber onde está o dinheiro, com que foi gasto. Se a Caixa Econômica diz que não existe mais o dinheiro na conta e as obras que foram elencadas não foram feitas, então onde está o dinheiro? O certo é o governo vir à Assembleia e dizer onde esse dinheiro foi gasto", falou.
O líder do governo na Assembleia, deputado João de Deus (PT), afirmou que a oposição está no papel dela de cobrar, mas defendeu a administração estadual dizendo que o governo tem prazo para fazer as prestações de contas. Segundo ele, a destinação de todos os valores será devidamente informada conforme manda a lei. O deputado, no entanto, não falou sobre o fato de algumas obras não terem sido sequer iniciadas mesmo com a liberação dos recursos.
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